terça-feira, 7 de novembro de 2017

Sobre a Cabala - Parte 3

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O maior benefício que a Cabala nos proporciona é a injeção de luz em nossa vida através do contato com esses ensinamentos terapêuticos. O segredo para recebermos essa luz, é possuir o desejo de compartilhá-la com todos que encontram-se presentes em nossa vida, seja na família, no ambiente de trabalho, no ambiente de estudos e no mundo em geral. A luz não pode ser contida em apenas um recipiente, é preciso que ela circule de forma a expandir sua propagação, tornando-se como um sol, onde este vem a iluminar a todos produzindo vida e plenitude.

O termo messias, muito usado na Cabala, nada mais é do que o despertar dessa luz dentro de nós, que também pode ser chamada de luz crística, búdica, átmica, etc... é o despertar da consciência que se dá primeiro no âmbito individual (processo de individuação segundo Jung) e quando expandida pela humanidade estabelece o despertar coletivo, ou elevação da massa crítica planetária (messias coletivo). Logo, messias não é nenhuma pessoa, líder religioso ou algum avatar, e sim, o despertar interior nos níveis individual e coletivo para uma nova consciência, um novo paradigma pautado na comunhão e na partilha, e não mais na competição como tem sido até hoje desde a Revolução Industrial e a ascensão do famigerado capitalismo, onde foi estabelecida uma cultura maléfica pautada no ter e não no ser.

A tradição cabalística sempre foi reservada há muito poucos em função do perigo do mau uso desses conhecimentos para benefícios egoístas e gananciosos que infelizmente é praticada hoje em dia por um pequeníssimo grupo que controla os recursos do nosso planeta. Porém, a era da noite (trevas da ignorância) está indo embora, e estamos entrando na era do dia, também chamada Nova Era, não essa que veio como modismo exo-térico da geração dos anos 60 para cá e continua predominando nos dias de hoje inclusive com uma Cabala fast food com fins apenas lucrativos, mas uma Nova Era pautada do eso-terismo sério, ou seja, na busca interior, na reforma íntima pessoal, despertando o nosso Eu Superior, o renascimento do Ser, que por séculos foi sufocado pelos sistemas de crenças dominantes por todo o planeta.

A abordagem cabalística que eu trabalho é pautada no autoconhecimento, na jornada interior rumo ao Ser proporcionando o despertar e a maturidade espiritual. Esse ocorre quando através do contato com os ensinamentos cabalísticos, tomamos consciência da nossa essência, a lembrança de si, do nosso verdadeiro Ser. Assim estabelecemos a conexão com a grande consciência. A partir daí, as respostas para as perguntas fundamentais sobre os propósitos da vida começam a fazer sentido. O segredo do verdadeiro cabalista é conhecer-se a si mesmo e não mais viver identificado com as impressões externas mundanas manifestadas através dos pensamentos, emoções e atos.


Finalizo essa curta explanação com um pequeno texto do poeta romano Manilius que viveu no período do imperador romano Augusto César para uma profunda reflexão sobre as identificações e desejos: “Por que gastar os anos de nossas vidas preocupando-se? Por que nós nos torturamos com medos e desejos vãos? Ficamos velhos muito antes do tempo pelas constantes ansiedades, e perdemos a vida que buscamos prolongar. Visto não haver limites aos nossos desejos, nunca somos felizes. Quanto mais alguém tem, mais pobre ele é, porque ele sempre deseja mais: ele não percebeu que aquilo que ele tem são apenas desejos por aquilo que ele não tem. Necessidades e demandas da natureza são em si pequenas, mas nós, em nossas preces, construímos uma estrutura enorme da qual cairemos. Com os nossos lucros compramos luxos, e com a vida de luxúria, exortação. O preço final da riqueza é consumir a riqueza.”